Parkinson, AVC, traumatismo craniano. A Terapia Ocupacional (TO) tem um papel fundamental na reabilitação de pacientes com doenças ou lesões que acometem o cérebro irreversivelmente e que, via de regra, levam a problemas motores, como a coordenação.

“A TO trabalha para melhorar as funções do corpo – considerados os limites de cada um, claro -, para que essas pessoas consigam realizar as atividades do dia a dia com a maior segurança possível e também com maior grau de independência”, comenta a terapeuta ocupacional Carolina Torchi Daccacheda Clínica Vitalité.

Atividades da vida diária
Escovar os dentes, vestir-se, fazer a barba, comer são algumas das atividades que realizamos tão rotineiramente que não nos damos conta de que elas não são tão facilmente executáveis para quem foi acometido por um AVC ou pelo Parkinson, por exemplo. Essas tarefas regulares são chamadas de AVD, ou Atividades da Vida Diária. “Faz parte do processo de reabilitação não só indicar as melhores tarefas para que esses pacientes melhorem as suas funções corporais, como também reajustar a rotina delas.”

Acessórios feitos sob medida
A Terapia Ocupacional se vale de uma série de recursos para ampliar as habilidades funcionais de pessoas que têm déficit motor causado por alguma lesão ou doença nervosa. Só para que se tenha uma ideia, após o AVC, a independência física e a ocupação são os domínios mais afetados, segundo as Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral, do Ministério da Saúde.

Um dos artifícios usados nesses casos é a tecnologia assistiva. “A tecnologia assistiva são estratégias, equipamentos e produtos que focam na promoção da melhora da funcionalidade do indivíduo e de suas habilidades para executar as tarefas do dia a dia”, explica Carolina.

Ela inclui, por exemplo, a adaptação de acessórios de que fazemos uso no cotidiano, para que o paciente consiga voltar a executar algumas dessas tarefas, ainda que com o acompanhamento do cuidador ou da família. Uma escova, o tubo de pasta de dentes e a escova de cabelos, por exemplo, podem ganhar reforços para que o paciente consiga manuseá-los mais habilmente.

Outra tática é trabalhar com sinais coloridos, como placas que ganham o nome de cada AVD. “O estímulo visual favorece a visão e a memória e ajuda o paciente a organizar o seu dia a dia”, completa a especialista.

É bom lembrar que em casos mais graves, a Terapia Ocupacional se soma a outras especialidades, num trabalho multidisciplinar que envolve inclusive nutricionistas e fisioterapeutas, além do médico que acompanha o paciente.